Se você quer a noite eu guardo, mas se quer matar saudade chegou tarde. Saudade some no meio do outono, no meio de um filme ruim, no meio de um novo amor e às vezes até no fim. Se quer a noite ainda tenho e guardo, a saudade eu não tenho mais, ela foi embora junto com os pensamentos vagos, junto com as cartas amassadas e as cervejas certas que bebi em dias errados. Sobrou a noite, que continua surgindo todos os dias, assim como a saudade fazia, antes de ir embora sem dizer nada, sem coragem de me olhar nos olhos e pedir desculpas, deixando sequer um aviso para que eu pudesse marcar no calendário a data desse momento tão especial. Me restou a noite, que lhe entrego embrulhada em estrelas, acompanhada de uma pequena poesia, escrita numa época em que a noite era nossa e a saudade só minha:
Quando eu te esquecer
Vou comemorar
Sem saber o porquê
Vou comemorar
Sem saber o porquê
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