Era como se eu vivesse em um quartinho escuro, onde nada pudesse entrar e me ferir. Ninguém entrava e não me arriscava a sair, pois eu gostava de estar ali. Esse era o erro, eu não permitia que ninguém chegasse perto, de modo que eu pensasse que assim estaria protegida de todos, e no fim, eu que acabava me machucando. Quando você apareceu, foi tão fácil abrir a porta, logo permiti que você entrasse e fizesse o que fosse da sua vontade. Você me deu a mão e me levou para conhecer o mundo, eu sentia tanto medo, mas você disse que estava ali e de algum modo eu só precisava ouvir aquilo para ficar bem. Você trouxe um arco-íris para minha vida, deixou tudo com um ar de felicidade, de amor, de você. Eu que sempre gostei de preto, passei a amar tuas cores. Eu abandonei aquele quartinho e passei à morar em você. Então fica, não me expulsa do meu lar que se chama você, não larga minha mão. Talvez eu nunca consiga fazer por ti o que você fez por mim, afinal, você me salvou. Mas eu deixo você morar em mim também, eu arrumei algumas coisas, mas há bagunças que são inevitáveis, você sabe. Então peço novamente: não vá embora. Pois sem você o caos volta, às cores se vão e eu perco o chão. Não vá embora.
- Ventos Azuis | Meu Lar é Você, João
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