Era só silêncio, os dois escrevendo textos imensos dentro da cabeça, mas sem conseguir dizer uma palavra sequer. O quarto estava mais escuro que o habitual, um quarto que poderia contar em detalhes a história dos dois, uma história que chegou ao fim. Íntimos, mas não se tocavam. Jovens, mas não se tocavam. Acreditavam com toda certeza do mundo - daquele mundo que conheciam tão pouco - que aquela era a maior despedida das suas vidas. Tudo seria mais fácil se viesse alguém do futuro, um otimista, contar para eles que surgirão novos amores. Ou, um pessimista, avisar que é só a primeira de muitas despedidas. Mas não vem ninguém, e a gente morre de amor por falta de aviso. Enquanto isso, todo amor é o primeiro e todo amor é o último, até que provem o contrário, quer dizer, até o dia amanhecer.
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