Toda sexta-feira a noite eu saio sozinho. Toda sexta-feira eu finjo querer estar sozinho. Quero estar sozinho exatamente para ninguém atrapalhar que o amor da minha vida me encontre, enquanto eu disfarço não querer esse encontro. O problema é que, o amor da minha vida pode tropeçar no meu pé, cair nos meus braços, me dizer "oi", perguntar o meu nome e oferecer uma cerveja, e eu não irei notar. Eu não reconheço o amor nem de perto e nem de longe (talvez por ter visto tão pouco), mesmo que ele caia nos meus braços e diga oi, mesmo que estivesse vestido de coração com uma placa segurando o meu nome. Se o amor tropeçar em mim, é provável que ele espatife no chão. E toda sexta-feira eu saio sozinho.
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