Quinze segundos de uma imagem de pouco movimento: a mão protegendo dos raios solares somente meio rosto, os olhos estão na sombra enquanto a boca brilha, queimando. Você sorri. Impossível saber a quantos quilômetros daqui e quantos sorrisos nos acompanharam nesse momento de surrealidade. Por prudência, me desliguei, fui fazer coisas da vida, o que ainda se faz fora do celular: lavei a louça e estendi a roupa. Não foi uma fuga por medo, não acho que me apaixonaria por uma imagem, mas acredite, os segundos se passavam e o sol a mim também queimava. Senti calor. Fugi. Como se fosse possível escapar de um pensamento. Sentado no chão revivendo o seu pequeno vídeo que sorria, notei que as roupas já haviam secado. Não sei dizer quanto tempo se passara entre o momento em que a luz me apresentou o seu sorriso e o instante em que as camisas secaram, mas foi como se, nessa tarde, o sol resolvesse trabalhar apenas para mim.
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