Da minha janela avisto outra janela, que parece desviar-me o olhar, com medo de entregar histórias, que apenas desconfio saber. Sei que houve um grito vindo lá de dentro, mas não sei de quem ou por quê. Sei que festejaram dois dias inteiros, mas não era natal tão pouco dezembro. Sei que o sol bate às três da tarde e todos da casa evitam o bronzeio. Saber metade é nada saber. A janela de lá, fechada, sabe que a de cá, vive aberta. Sabe tudo sobre o dono e o vizinho, mas é leal, mantendo os segredos e as cortinas fechadas.
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