O silêncio ocupava o quarto todo, era a nossa despedida. Não falávamos nada, os dois sabiam que aquele dia chegaria, a viagem dela estava programada desde o início. Beijo, abraço, entrelaço. Abraço, entrelaço, beijo. Entrelaço beijo abraço, assim mesmo, ao mesmo tempo. Não havia o que ser dito, o carinho dizia tudo. Em algum momento alguém sussurrou, "eu te adoro". Aquilo correu os dois corpos, passou pelas gavetas bagunçadas, o travesseiro longe da cama e o espelho próximo a parede. Aquelas palavras ficaram no quarto a noite inteira. É difícil dizer se foi eu ou ela que disse, ou se dissemos juntos, o que eu sei é que eu adoro mesmo, e vai fazer falta.
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