Chorou exatos um minuto e quarenta e quatro segundos. Por qual razão? Todas e nenhuma. Juntou desimportâncias e questões de vida em uma mesma bola de lã. Engoliu a bola, que se encaixou aos órgãos, e preparou-se para o afogamento. Apertou o peito. Desaguou. Segurou o medo nas mãos e o gosto do mar na boca. No fim, apertou os olhos como se espremesse a tristeza. A última gota deslizou vagarosa e parou no meio da bochecha. Ele, então, colocou uma música alta, entrou no chuveiro quente e desenhou no vidro embaçado. Era o homem mais feliz do mundo. Chorava, somente, uma vez por ano. E não mais que dois minutos.
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