Somos daqueles amigos que já namoraram ou tiveram um romance e se gostaram tanto que optaram em ser só amigos, para que não houvesse chance de perder o carinho que construíram, daquelas construções desajeitadas e sem querer. Exatamente por isso temos uma ótima sintonia, de quem sabe o que se passa na cabeça e no coração um do outro. Ela, uma apaixonada, já passou por diversos "Esse é o cara da minha vida!", enquanto eu continuava na minha, sem namoradas, tendo que ouvir dela toda semana, "Bru, você precisa de alguém". Em um dos nossos encontros, ela apareceu tentando segurar a euforia, pra não dar na cara que havia conhecido mais um "Esse é o cara da minha vida!". Ela não escondia a "novidade" com medo que eu tivesse ciúme (bem, eu sempre sinto um pouquinho), era apenas pra se proteger das minhas palavras de sinceridade e ironia. Não demorou a entrarmos no assunto e ela tentou me mostrar de várias formas que dessa vez era diferente, que ele era um cara legal. Eu não consegui enxergar motivos para desanimar ela, afinal, qual o mal de um novo amor? Nem todos precisam levar o tempo que eu levo, talvez ela esteja certa em ter tanta pressa. Depois de muita conversa, ela acabou escorregando no final, quando comentou insegura, "Desta vez pode ser amor". Nesse momento eu não me aguentei de rir, e ela, indignada, ria junto, ao mesmo tempo que me batia. Eu falava seguidamente, "Pode ser, pode ser, pode ser..." e a nossa risada ia diminuindo, juntamente com os tapas. Naquele instante eu peguei na mão dela e fui o amigo que ela espera que eu seja, quando eu disse, "É claro que pode ser amor! Mas pode ser uma puta frescura também".
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