E se a gente desse um beijo e somente depois falarmos de nós dois? Adivinhando no gosto da boca se vamos viajar no final do ano, se faremos planos ou se daremos risada das contas atrasadas. Não contaremos de onde viemos, no que trabalhamos ou por quantas pessoas nos apaixonamos. Seremos os primeiros ciganos de uma geração que lê o futuro no cheiro do pescoço. Enquanto os outros escolhem os vinhos, pedem as contas e falam dos signos, nós estaremos encurtando o caminho, descobrindo se vale o risco das noites em claro, do coração inquieto e do pensamento tomado. Antes de tudo, o beijo. E ter o mundo transformado, naqueles poucos segundos, em nossos olhos fechados.
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