É uma coisinha lá dentro, difícil de explicar. Um pontinho que não fica no peito nem na barriga, está entre eles, no centro do corpo, aquecendo apressado, implorando para que algo aconteça, sem explicar o que estamos esperando. Pois é esse o sentimento: de espera. O pontinho vai esquentando até virar uma bolinha de gude em chamas, um pequeno cometa pedindo algo. O quê? Não sei. Na dúvida, faço tudo: um pedido, envio mensagens, resgato lembranças, medito, coloco um bolo no forno, uma música para tocar. Às vezes ao mesmo tempo, às vezes só penso em fazer. Até que esse calor desaparece, e no lugar dele surgem uma porção de bolinhas geladas, o inverno em cápsulas. É nesse momento, exatamente nesse momento, que acontecem todas as besteiras que eu tenho feito.
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