Dentro de mim guardo quatro corações. Três deles, os mais velhos, estão ocupados pelo passado. São confiáveis; pouco se arriscam ou me surpreendem, falam apenas coisas de que eu já sei. O mais jovem dos quatro é avoado, tropeça no dobrar da esquina e olha demais para o céu. Me lembra os corações velhos quando moços. Naquele tempo, eram oito os corações. Desde lá, foram se quebrando, enchendo ou pesando. Restaram quatro. O coração jovem, a todo momento, me pergunta sobre o amor, quer saber onde o encontra. Pergunta com um brilho nos olhos, que somente temos, enquanto ainda não deixamos de olhar para o céu.
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