Vou no forró desde os meus quinze anos. Danço melhor do que escrevo, beijo e canto. Resumindo, a única coisa que faço direito. Sei bem que, quando piso no salão, em algum momento alguém vai interpretar Dominguinhos, o meu poeta favorito. Dancei as suas canções inúmeras vezes, mas demorei a dar razão para esse tal de, "Eu só quero um amor que acabe o meu sofrer". E precisa de alguém para esquecer outro alguém? Confie em mim, depois de um tempo, precisa. Precisa muito. Pode ser de mentira, pequeno ou grande. Pode ser de longe, rápido ou eterno. Aqui tem um espaço vazio, e ele não é ocupado por amor-próprio, desculpa, o meu não é. O formato é outro. O vazio é outro. Por mais que seja possível dançar sozinho, o meu forró é melhor em par. Agora, danço sempre de olhos fechados e repetindo comigo, quase como uma oração, um pedido, "Que acabe o meu sofrer".
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