Na delicadeza das palavras procurei escrever sua presença e descrever o quanto é fascinante pensar você. Entenda que minhas mãos livres, que agora se dedicam à escolha das palavras certas, gostariam de estar presas às suas para te prensar, te segurar, e não te deixar voar. E que meus lábios secos, que agora se dedicam ao deserto silêncio da imaginação, gostariam de molhar os seus e desaguar no seu mundo até você florescer e germinar e brotar no jardim da minha poesia, como as lírios peruanos, suas flores preferidas, que sobrevivem muito bem sozinhas, certo, mas vivem muito mais quando têm alguém para alegrar suas dores ou admirar a beleza de suas cores. Entenda também que quando não ouvi sua voz, escrevi o timbre doce e delicado do som das suas palavras. Quando não te vi, descrevi toda a grandeza e a escuridão que habitam na profundeza lírica dos seus olhos grandes e quase negros. E quando não consegui te tocar ou alcançar a maciez da sua pele, improvisei literalmente a textura da sua derme, tão branca, tão macia e pude tatuar palavras que eu não sabia que existiam e pude tatear tua alma como quem acaricia estrelas no céu, sem saber que elas também brilham e se espalham no chão, sem saber que elas brilham e se espelham em você para iluminar o mundo, o meu mundo.
- Pedro Gabriel | Eu Me Chamo Antônio
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