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Escuta, eu te amo devagarinho, sem a pressa de quem tem que pegar um ônibus, sem compromissos, sem amanhã. Eu te amo da simples urgência de te amar, do mais clichê-amar possível. Amo teus olhos, que se perdem no espaço e insistem em dizer mais que tuas tantas palavras. Amo tua alma, tão nua quanto teu corpo vago nos meus pensamentos. Amo tua tristeza contida no riso e tua alegria escondida no choro. Amo tua sensata paciência, teu juízo mascado pelo doce veneno dos meus olhos calmos e densos. Amo tuas vindas e idas sempre nos momentos certos. Amo teu cuidar incessante que, mesmo de longe, sem colo, sem nada, me conforta inexplicavelmente. Amo o jeito que me tens, sem ter de fato, tua confiança em algo que ao mesmo tempo existe e inexiste. Amo teus perdidos, teus achados e escondidos. E de te amar assim, não espero nada, passarinho. Ouvi da tua boca sobre deixar a gaiola aberta. Pássaro sabe onde é sua casa, onde é seu verão. Eu te amo, passarinho.
- Igor Paulino
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